terça-feira, janeiro 17

Embalado no metropolitano, linha azul, direcção baixa-chiado. Ouve-se o chiar do contacto do comboio nos carris e o chiar do contacto entre os meus olhos e as pálpebras. É difícil não adormecer encostado a um vidro que treme,num veículo que nos embala, como música de fundo. Pronto, está feito, já estou algures fora da realidade, já não se ouve o cego das esmolas e sua bengala branca de ponta de borracha a implorar por uma moedinha de liga metálica. Já não se ouve o roçar dos cabelos pretos do rasta ao meu lado. Já não se ouve o kizomba de uma pré-adoelscenete prostrada no banco da frente. Espero profundamente não estar a ressonar.
'Próxima estação, Baixa-Chiado. Há corresp...' - Engasga-se, a interlocutora. Okay, é suposto saír daqui, está, oportunamente, a dar o 'Move On' dos Jet no meu adorado creative remendado a fita-cola de uma branco já não assim tão casto. Abro um olho a muito custo. O outro pede permissão para se abrir também. Não lha dou. Só mais um bocadinho, mãe. Odeio que me acordem antes de o despertador tocar...

3 Comments:

Blogger Cho said...

deves tar a querer levar uma chapada! kizomba é fixe o lunatico

5:47 da tarde  
Blogger Pyny said...

Sim, sim! Só se for para ti ó gorda!

10:51 da manhã  
Blogger Catharina said...

autentico inicio, p aquele enredo inesperado d um filme. vivi lol juro te que tava a viver! ate me acordares bolas ..

5:07 da tarde  

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